A melhor das minhas fases profissionais
A Fiocruz aconteceu para mim num momento difícil por haver perdido meu
primeiro e único emprego, estar com 42 anos e abatido ainda com a perda.
Foi o que considero minha conquista profissional, por ter encontrado
sem ajuda, através de anúncio em jornal e, por se tratar de ser Fiocruz. O nome já amendrontava um simples analista de
cromatografia que só sabia de açúcares e polióis, mesmo assim limitado.
Trabalhar com equipamentos de ponta e na produção de fármacos era um novo desafio
para quem só sabia de açúcares e polióis limitadamente e conhecia cromatógrafos CG, balanças analíticas analógicas, etc.
O primeiro apoio veio de uma colega (hoje amiga a quem devo muito), Cristiane
de Oliveira, que muito ensinou e ajudou em todo tempo que esteve por lá.
Trabalhava no turno da noite, realizando análises de produtos intermediários
e finais diversos, destacando-se os retrovirais, em voga e com muita polêmica no mercado internacional,
graças a atuação da Dra. Eloan Pinheiro, diretora na época.
Ali, com toda certeza, realizei-me profissionalmente.
Fazia o que gostava e estava cercado de tecnologia e apoio para isso.
Eu vibrava a cada cromatograma que conseguia enxergar na tela dos computadores,
fruto de carinho e cuidado para produzí-los.
Conheci muitas coisas novas, técnicas e pesquisas, organização e normas
ligados ao setor farmacêutico.
Tinha na Dra Shirley Trajano a imagem daquela para
quem eu trabalhava, por ser a mesma nossa gerente e ser especial como pessoa. Nunca vi alguém que se dedicasse tanto a seu
trabalho e conseguisse ser humilde, doce e sincera como a Dra Shirley.
A relação de medicamentos que analisava é muito extensa e destaco entre outros,
Zidovudina, Sulfa-Trim, Enalapril, Diclofenaco, Captopril e tantos outros, dispostos no site da empresa.
Não gosto de comentar minha saída dessa empresa, muito mais por ser contratado
e pelo fato de não concordar com determinados assuntos internos, que me levaram a pedir minha demissão.