Altair Lopes Xavier

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Infância

O que podemos lembrar...

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Nascido em São Gonçalo, no velho Estado do Rio de Janeiro, aos 10 minutos do dia 19 de fevereiro de 1957, sou o terceiro dos três filhos homens de Maria da Silva Lopes Xavier e Ademar Pedro Xavier. Temporão em 10 anos, gozei de uma situação melhor de vida de meu pai em relação aos meus irmãos, além da modernidade que começava a surgir.
Meus primeiros passos e lembranças não são de São Gonçalo e sim de Silva Jardim, terra natal de meus pais, seio de toda família Lopes e Xavier.
Lembro da casa perto da estação de trens, ao lado de um dos dois hotéis da cidade, seu fogão a lenha e o cheiro bom de comida, o portão no fundo do quintal que dava na linha férrea onde passavam as grandes máquinas à diesel e a Maria Fumaça.
Meu primeiro amigo morava em frente, o Zé Luiz, e meus primos, completavam meu pequeno mundo.
O Jardim de Infãncia no G.E. Sérvulo Mello, minha professora D. Sezi, meus irmãos e meu pai indo de bicicleta para o campo de futebol, tias, tios, avôs e as viagens de trem para São Gonçalo, onde via os parentes por parte de minha mãe.  
Meu pai me deu o nome de um jogador do Fluminense que era de São Gonçalo, do qual recebi uma foto quando ainda pequeno fui com meu avô, mascate que tinha como cliente a mãe do próprio, em sua casa.
 
 

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Altair do Fluminense, de quem herdei o nome. Meu pai era zagueiro e quiz homenageá-lo.

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A casa onde nasci. São Gonçalo-RJ

Lembro-me bem de quando cai sobre a ponteira da balança em que um vendedor de peixe usava, em frente a loja que meu pai possuia na época, brincando com um pequeno ônibus que puxava por um barbante. Quase sentei sobre aquela ponta de ferro e mudei minha história.
Também lembro de, na porta de uma farmácia, brincando com um coleguinha e um vidrinho de remédio que rolávamos um para o outro, fui mordido por um cachorro. O vidrinho rolou até ficar entre seu dorso e a calçada. Eu dei a volta, fiquei de frente para suas patas, peguei o vidrinho e o alisei... acordei com o rosto enfaixado, na cama de minha mãe, muita gente da família em volta e só então me dei conta das muitas injeções que tive tomar naquele dia, da dor, e das cicatrizes que o pastor alemão todo preto havia deixado em meu rosto.

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Na varanda da casa perto da estação.

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Carinhas da época

Moramos ainda em outra casa, bem maior, antes de mudarmos para o bairro do Fonseca em Niterói, por força do trabalho de meu pai - fiscal de rendas do Estado. A época era a das revoluções, nos anos 60. Fomos morar em um prédio e tudo era diferente. Nessa época, meu pai e minha mãe começava o processo de separação.
Mudamos então para a casa onde havia nascido, na Trindade em São Gonçalo e, a minha lembrança foi o meu aniversário de 6 anos com uma grande festa e meu primeiro terno. Depois, veio a separação real de meus pais, as raivas de minha mãe, suas amigas sempre em minha casa (tia Leda, tia Beth, tia Isabel, tia Beatriz), seus sofrimentos e angústias, a visita de meu pai uma vez por mês, dolorida para ele. Minha mãe nunca aceitou a separação e descontava em tudo que podia. A lembrança maior é da retidão de meu pai em seus propósitos e sua paz interior que não o deixava perder a linha mesmo agredido. Um exemplo.

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Papai em suas visitas mensais.

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Lembrança dos 6 anos

Meus irmãos se encarregaram de me educar, me ensinaram e cuidaram.
Estudei em colégio particular, o Externato Duque Estrada, todo o meu primário, com as professoras Vânia Lúcia (hoje minha cunhada), Maria do Carmo, Ana Lúcia e D. Ana. Sempre fui bom aluno, com destaque em notas e comportamento. Senti pela primeira uma coisa que não sabia descrever por uma menina que se chamava Elizabeth, linda com seus olhos verdes e cabelos lisos, muito lisos e compridos. Minha primeira paixão.
Minha mãe mudou-se então para Niterói e fui estudar a 4ª série (meio semestre) transferido para o Colégio Estadual Pinto Lima, no jardim São João, perto da Rua Barão do Amazonas, onde morava. A D. Vera Lúcia Rogério Capatão me usou como exemplo para os outros alunos ao fim das primeiras provas bimestrais, ao desbancar a aluna que ocupava sempre o primeiro lugar no boletim exposto em quadro para toda turma, e que tinha cores para separar grupos de notas. O verde significava entre 9 e 10 e eu sempre estava acima, em primeiro lugar naquele quadro, o que fez com que a professora chamasse minha mãe e a orientasse quanto ao meu aproveitamento no ingresso ao ginásio, através do agora extinto Exame de Admissão.
As boas lembranças vêm da companhia de meu primo Carlos em meio a toda aquela gente, cinema e prédios, que eram novidades para nós. Ao lado do prédio que morava havia um edifício garagem onde ficávamos namorando os carros que ali eram guardados, como um Ford Camaro, avançadíssimo para aquela época. Ele tinha faróis comutáveis entre outras novidades e era azul.
Mudamos outra vez para a Trindade, agora em casa que papai construiu em terreno seu, na frente da casa de meus avós e eu ingressei no primeiro ano do ginásio no Colégio Dom Hélder Câmara, hoje um império chamado UNIVERSO.
 

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A casa de minha avó Alice.

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Com mamãe e meu primo Carlos.

Mudava o sistema de ensino no País e o antes primário, ginásio e científico passava agora a 1º e 2º graus, com primário e ginásio fundidos em 8 séries.
Outra vez fui destaque como aluno em meu primeiro ano de D. Hélder, representando o colégio em jantar do Lyons Club, no clube Tamoio, junto com a diretora e minha colega Mª de Fátima, também aluna de D.Ana.
Começava então a puberdade e a adolescência.

altx@ig.com.br

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